História

A primeira comunidade de aprendizagem surgiu em 1978 com o centro educativo para adultos La Verneda Sant Martí. Em 1999, um artigo sobre La Verneda-Sant Martí: A School Where people dare to dream (Uma escola onde as pessoas se atrevem a sonhar) foi publicado na Harvard Education Review, a revista de educação mais prestigiada do mundo. Essa publicação foi um acontecimento histórico, pois nunca antes uma experiência educativa da Espanha havia sido publicada nessa revista científica. Durante vários anos, a Community of Research on Excellence for All (CREA), da Universidade de Barcelona, pesquisou como desenvolver essa perspectiva de êxito educativo para todas e todos na educação infantil, primária e secundária. Isso levou ao desenvolvimento de um modelo de comunidades de aprendizagem que, como um centro público de pesquisa, foi oferecido desinteressadamente àqueles que quisessem executá-lo. Nos estágios iniciais, o próprio CREA prestou assessoramento científico às escolas primárias e secundárias que passaram pela transformação a partir de 1995. Desde o início, esse assessoramento atendeu a todos os requisitos da comunidade científica internacional, tanto em termos de unidade no rigor científico e na ética (democrática, não sexista e não racista), quanto em termos de pluralidade e abertura a todas as disciplinas, ideologias democráticas, metodologias, culturas, opções de gênero, idades, modos de vida etc., em contraste com muitos grupos de pesquisa ao nosso redor, que até hoje permanecem fechados em uma disciplina, cultura ou ideologia.

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Atualmente, mais de 300 escolas de todos os níveis educacionais estão implementando o projeto na Espanha. O impacto social das Comunidades de Aprendizagem foi amplamente estudado pela comunidade científica internacional, e há uma grande quantidade de literatura que documenta as melhorias no desempenho acadêmico, na convivência e na inclusão social das e dos estudantes e de suas famílias nas escolas que implementam o projeto. Essas melhorias sociais geradas pelo projeto ganharam o reconhecimento de autores importantes das ciências sociais e de aprendizagem internacionais, como Courtney Cazden, Joe Kincheloe, Michael Apple e Erik O. Wright, que destacaram o potencial transformador das Comunidades de Aprendizagem.

Para conhecer mais sobre a origem das Comunidades de Aprendizagem, te convidamos a consultar os capítulos 4, 5 e 6 do livro aqui:

Amistades Creadoras
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Transferência à América Latina

As Comunidades de Aprendizagem foram estendidas para além do território espanhol graças à colaboração entre o CREA e vários atores internacionais interessados em transferir o projeto para seus territórios. Por exemplo, o Núcleo de Investigação e Ação Social e Educativa (NIASE), com sede na Universidade Federal de São Carlos, vem acompanhando e pesquisando a transferência do projeto Comunidades de Aprendizagem para escolas no Brasil desde o início dos anos 2000 (Mello, 2009). Em 2013, a empresa brasileira Natura, por meio do Instituto Natura (organização responsável pela execução dos programas de ação social da empresa no campo da educação e da sustentabilidade), estabeleceu um acordo de colaboração com o CREA com o objetivo de promover a transferência das Atuações Educativas de Êxito para os diferentes países latino-americanos onde a empresa está presente: Brasil (onde está localizada a sede da empresa), Argentina, Chile, Colômbia, México e Peru. Como parte dessa colaboração, em dezembro de 2019, mais de 9.000 escolas na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, México e Peru haviam implementado pelo menos uma Atuação Educativa de Êxito, sendo 447 delas Comunidades de Aprendizagem em pleno funcionamento. Essas informações podem ser encontradas no relatório “Conquistas em cinco anos 2014-2019” aqui.

Atualmente, escolas de 10 países do continente estão implementando Atuações Educativas de Êxito no âmbito da Rede Latino-Americana de Comunidades de Aprendizagem. Você pode saber quais escolas estão sendo implementados o projeto e quem são os membros da Rede Latino-Americana de Comunidades de Aprendizagem na seção Rede deste site.