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Notícias

02/07/2019

Articulação

Municípios em rede: a proposta dos polos regionais de CA

Municípios em rede: a proposta dos polos regionais de CA

Técnicas(os) das SMEs de cidades vizinhas se encontram para aprofundar o estudo da Aprendizagem Dialógica e planejar ações conjuntas

Um encontro realizado em abril, no município de Mogi Mirim, marcou o início de uma nova proposta de articulação em rede promovida por Comunidade de Aprendizagem (CA) no estado de São Paulo: a criação de polos regionais começa a materializar o desejo de unir municípios territorialmente próximos, por meio de estudos coletivos e trocas de experiências capazes de qualificar a implementação de CA nas escolas.

São dois polos regionais formados no estado: um deles reúne formadores certificados dos municípios de Amparo, Mococa, Mogi Guaçu, Mogi Mirim, Pedreira e Socorro e envolve um total de 26 escolas. O segundo, formado na região do Vale do Paraíba, contempla formadores e técnicos de Potim, Taubaté e Tremembé, 22 escolas já atuantes e outras seis em vias de implementação.

Primeira reunião do polo regional com representantes de Amparo, Mococa, Mogi Guaçu, Mogi Mirim, Pedreira e Socorro

Nas reuniões de polo, técnicos das secretarias de Educação traçam pautas e interesses comuns e planejam ações conjuntas. “O objetivo é ter momentos de aprofundamento e de retomada de estudo, e momentos de apresentação de estratégias de implementação”, explica Joana Grembecki, formadora do Instituto Natura. “Minha expectativa é que a gente possa criar estratégias para que os municípios se reforcem como rede”, completa a formadora.

Segundo Lucas Botelho, formador do Instituto Natura, a ideia é fortalecer o trabalho colaborativo entre os técnicos que acompanham o desenvolvimento do projeto nas escolas. “Às vezes o município fica ali muito isolado nos seus problemas, nas suas questões, nas suas possibilidades e quando vê de outro ponto de vista aprende coisas, cria soluções novas”, avalia.

 

Intercâmbio de experiências

Dividir saberes com quem está há mais tempo no projeto tem sido um bom caminho para apoiar municípios que estão iniciando ou ampliando a implementação. “Tremembé, por exemplo, é um município que está com a gente desde o começo, que tem um histórico interessante de incluir a Tertúlia como política pública no plano de educação, então acaba sendo um condutor natural nessas conversas”, diz Lucas.

Recentemente, o município recebeu visitas de técnicos e gestores escolares de Potim, que busca a ampliação do projeto nas escolas do município, e de Taubaté, que se prepara para transformar sua primeira escola. Áurea Pires, técnica de Educação de Potim, afirma que a proposta abriu uma oportunidade para “tirar dúvidas e conhecer de perto os desafios encontrados e a dinâmica do dia a dia”.  

Reunião do polo do Vale do Paraíba, que abrange os municípios de Potim, Taubaté e Tremembé

Segundo ela, o maior desafio das escolas de Potim neste momento é garantir a participação dos pais. Com o polo, técnicos responsáveis pela implementação de CA no município, podem aprender com a experiência do vizinho: Tremembé tem um histórico de participação bem-sucedido neste sentido (saiba mais). “São desafios comuns que eles vivenciam e um acaba achando uma solução que pode compartilhar com o outro”, afirma Lucas.

Leia também: Em Comunidade de Aprendizagem educar é um ato coletivo

Do outro lado do estado, a questão se repete. Mogi Mirim, há quatro anos no projeto, também busca estratégias para manter a frequência dos voluntários nas Atuações Educativas de Êxito (AEEs). “Observo que os desafios são os mesmos, mas a busca pelas soluções, às vezes, percorre caminhos diferentes e essa troca de ‘figurinhas’ amplia as possibilidades”, acredita a técnica da secretaria de Educação de Mogi Mirim, Ana Cristina Gazotto, para quem a essência do projeto é o diálogo na busca por soluções.

 

Visitas entre escolas

Além dos encontros formativos e dos encontros regionais, algumas das ações previstas pelos Polos é a realização de visitas casadas entre escolas, que podem ocorrer dentro do próprio município ou reunir escolas de municípios distintos, e entre secretarias de Educação.

Segundo a formadora Joana Grembecki, nesta proposta “a escola pode levar os alunos para participar de uma atividade que esteja acontecendo na outra escola ou pode levar um professor para ver outro professor atuando”, o caráter definido para cada ação vai depender da organização e interesse dos técnicos participantes.

Técnicas(os) e gestoras(es) escolares de Taubaté visitam escolas em Tremembé

Mogi Mirim foi uma das cidades que iniciou visitas casadas entre escolas da rede municipal. Entre maio e junho, escolas que ainda não fazem parte da rede de Comunidade de Aprendizagem foram visitar escolas já transformadas para conhecer as etapas de Transformação e acompanhar uma AEE.

No segundo semestre, escolas já transformadas iniciam as visitas entre si. “Além da equipe gestora, vamos levar [alunos de] uma sala de aula para visitar a sala de aula de outra escola. A escola transformada ora é a visita, ora é a anfitriã que vai preparar uma AEE para receber a outra”, conta Cristina.

Reunião entre técnicas(os) e gestoras(es) escolares de Taubaté e Tremembé, e formadoras(es) do Instituto Natura durante uma visita casada

No Vale do Paraíba, gestores escolares e técnicos da secretaria de Educação de Potim e de Taubaté conheceram escolas de Tremembé, onde vivenciaram as Atuações Educativas e conversaram com professores, familiares, gestores e equipe da secretaria para conhecer de perto o dia a dia de uma escola transformada.

Este ano, o formador Lucas Botelho convidou gestores escolares de Tremembé para apoiá-lo em uma formação oferecida a professores de Educação Infantil de Potim que querem desenvolver Grupos Interativos com seus alunos. “[Estes encontros] são uma possibilidade de trazer exemplos, de trazer relatos de quem está vivendo a experiência na prática”, defende ele.

“Foi muito bacana. Conhecer a realidade dos outros municípios nos proporciona momentos de reflexão e retomada das ações”, afirma Áurea, que se prepara para implementar o projeto em escolas de Educação Infantil neste segundo semestre.

 

Próximas ações

Novas reuniões de polo voltam a acontecer em agosto. Neste mesmo mês, o município de Mogi Mirim sedia o primeiro encontro regional do Polo, onde escolas dos seis municípios irão apresentar como têm desenvolvido as Atuações Educativas de Êxito.

As ações serão organizadas de acordo com os desejos e necessidades dos municípios participantes. Neste segundo semestre, por exemplo, familiares de escolas de Comunidade de Aprendizagem de Potim se encontrarão com familiares de Tremembé para desenvolverem juntos um trabalho artesanal com a Taboa: planta típica dos dois territórios. “Vai pra além das AEEs, um momento de troca cultural, de sabedoria popular, que inclusive pode virar uma fonte de renda”, acredita Lucas.

Com estas ações conjuntas, espera-se que municípios próximos possam conversar entre si, apoiarem-se mutuamente e criar mais identidade. “Acho que quando a gente vê que nosso trabalho está transbordando o município, os laços se fortalecem, a gente se orgulha do que faz, a gente quer ajudar o outro. E quando a gente ajuda o outro a gente se sente mais pertencente àquilo”, defende o formador.

Os próximos passos desta conexão vão depender das escolhas e da disponibilidade dos municípios na formulação de uma agenda comum que valorize a potência desta troca. “Estamos empolgadas”, garante Cristina. “Os encontros têm sido produtivos, acreditamos que é mais uma tentativa na busca de qualificar a aprendizagem dos alunos que é a nossa maior preocupação”, conclui a técnica.

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