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Aprendizagem dialógica

Aprendizagem
dialógica

Aprendizagem dialógica

É a concepção de aprendizagem que fundamenta as Comunidades de Aprendizagem e que se baseia em sete princípios corroborados por contribuições de alguns dos autores mais relevantes na área da educação, como por exemplo, Vygotsky, Bruner, Wells, Paulo Freire, Habermas, Chomsky, Scribner e Mead.

“A Aprendizagem Dialógica acontece nos diálogos que são igualitários, em interações em que se reconhece a inteligência cultural de todas as pessoas, e está orientada para a transformação do grau inicial de conhecimento e do contexto sociocultural, como meio de alcançar o êxito de todos.
A Aprendizagem Dialógica acontece em interações que aumentam a aprendizagem instrumental, favorecendo a criação de sentido pessoal e social, e que são guiadas pelo sentimento de solidariedade, em que a igualdade e a diferença são valores compatíveis e mutuamente enriquecedores.”

(Aubert et al., 2008:167)

Diálogo igualitário

Para uma Comunidade de Aprendizagem, a força está nos argumentos mais do que na hierarquia de quem está falando. Para que o diálogo seja igualitário, todos devem ter a mesma oportunidade de falar e de ser escutados – não importa a função exercida, a classe social, a idade, etc. Existem dois grandes pensadores que embasam esse conceito: Freire e Habermas. Para Freire, o diálogo é condição para a construção de conhecimento, convida a uma postura crítica e envolve uma preocupação em conhecer o pensamento de cada ator que participa da situação interativa. Em sua teoria da ação comunicativa, Habermas defende que todas as pessoas têm capacidade de linguagem e ação para iniciar uma relação interpessoal.

Inteligência cultural

Todas as pessoas têm capacidade de ação e reflexão e possuem uma inteligência relacionada à cultura, associada a seu contexto particular. Ela abrange o saber acadêmico, a prática e a comunicação. Na Comunidade de Aprendizagem, essa inteligência cultural deve encontrar as condições e meios para se expressar em condições de igualdade. Segundo Habermas e Chomsky, dois dos principais autores que contribuem para a construção desse princípio, todas as pessoas possuem habilidades comunicativas inatas, sendo capazes de produzir linguagem e gerar ações no meio em que vivem. Vygotsky também tratou do conceito de inteligência prática ao dizer que as crianças aprendem fazendo. Scribner, seguindo o pensamento de Vygotsky, demonstrou que as pessoas adultas realizam em suas atividades diárias operações cognitivas equivalentes às desenvolvidas pelas crianças.

Transformação

A educação não deve se restringir a uma acomodação à realidade social de cada um. E, sim, atuar como agente transformador dessa realidade. Uma Comunidade de Aprendizagem deve estimular interações que possibilitem mudanças na vida das pessoas. Quando essas interações se baseiam em um diálogo igualitário, tornam-se ferramentas de uma grande conquista social: a superação das desigualdades. Para Vygotsky, a chave da aprendizagem está nas interações entre as pessoas e delas com o meio, e com a transformação das interações é possível melhorar a aprendizagem e o desenvolvimento de todos os atores que fazem parte da comunidade educativa. Mead reforça essa ideia ao analisar as interações interpessoais e perceber que incorporamos atitudes e condutas de outras pessoas por vários motivos: para nos sentir aceitos no grupo, responder às expectativas de pessoas importantes, etc.

Criação de sentido

Um dos maiores problemas nas escolas atuais é a desmotivação de muitos estudantes, que não encontram sentido para participar das aulas. Esse problema já foi identificado e debatido por muitos autores. Freire, por exemplo, reconhece que o ensino é distanciado das experiências que os alunos vivem fora da escola; os professores criam um ambiente hostil e não se interessam pelo que meninos e meninas vivenciam. O sentido se constrói quando as contribuições e diferenças culturais são tratadas de modo igualitário e o aluno sente que a escola valoriza sua própria identidade.

Significa possibilitar um tipo de aprendizagem que parte da interação e das demandas e necessidades das próprias pessoas. Quando a escola respeita as individualidades de seus alunos, garantindo o seu sucesso na aprendizagem, o estudante finalmente vê sentido naquilo que está aprendendo. Fomentar a criação de sentido melhora visivelmente a confiança e o empenho dos alunos na busca de suas realizações pessoais e coletivas.

Solidariedade

Para superar o abandono escolar e a exclusão social, é preciso contar com práticas educativas democráticas, das quais todos devem participar. E isso envolve também o entorno da escola. Quando toda a comunidade está envolvida solidariamente num mesmo projeto, fica muito mais fácil transformar as dificuldades em possibilidades, melhorando assim as condições culturais e sociais de todas as pessoas.

Dimensão instrumental

O acesso ao conhecimento instrumental, advindo da ciência e da escolaridade, é essencial para operar transformações e agir no mundo atual. Quando falamos de dimensão instrumental, nos referimos à aprendizagem daqueles instrumentos fundamentais, como o diálogo, a reflexão e os conteúdos e habilidades escolares que constituem a base para se viver incluído na sociedade atual.Vários autores contribuíram para a fundamentação desse princípio. Para Freire, existe um interesse universal pelo conhecimento, que ele chama de curiosidade epistemológica; todas as pessoas são capazes falar, ouvir, explicar, compreender, aprender, etc. Wells fala da atitude de questionar o conhecimento através do diálogo. Vygotsky diz que todas as pessoas têm a capacidade de utilizar o contexto de forma instrumental, como uma ferramenta para transformar sua própria psicologia e o curso de seu desenvolvimento.

Igualdade de diferenças

Para além da igualdade homogeneizadora e da defesa da diversidade que não leva em conta a equidade, a igualdade de diferenças é a igualdade real, na qual todas as pessoas têm o mesmo direito de ser e de viver de forma diferente, e ao mesmo tempo serem tratadas com o mesmo respeito e dignidade. Segundo Freire, não será possível conceber as diferenças de maneira tolerante e igualitária enquanto estas estiverem associadas à ideia de que uma cultura é superior a outra. As escolas são o reflexo de uma sociedade diversa e plural. O grande desafio é entender que não basta apenas reconhecer as diferenças para ter uma educação igualitária, mas é fundamental que todas as pessoas, independentemente de sua origem, cultura, crença, etc., estejam incluídas e que suas vozes sejam levadas em consideração.

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