Entre 28 de março a 1 de abril de 2016, ocorreu o primeiro módulo do II Curso de Formação de Formadores em Comunidade de Aprendizagem. Até o fim do ano, estão previstos mais dois módulos, em junho e setembro. O curso é uma iniciativa do Instituto Natura em parceria com NIASE (Núcleo de Investigação e Ação Social e Educativa, da Universidade Federal de São Carlos) e CREA (Centro Especial de Investigación en Teorías y Prácticas Superadoras de Desigualdades, com sede na Universidade de Barcelona, na Espanha), certificado pelo Instituto Vera Cruz e tem como participantes os técnicos de secretárias de educação estaduais e municipais. 

A programação dos três módulos de 2016 busca valorizar ainda mais a troca de experiências entre aqueles que já têm envolvimento com o projeto e os que estão começando a implementá-lo, conforme ressalta Fernanda Pinho, da equipe de formação do Projeto de Comunidade de Aprendizagem no Instituto Natura.

No primeiro módulo, estiveram presentes como palestrantes Rocio Garcia Carrion (pesquisadora do CREA nas áreas de aprendizagem dialógica, interações e desenvolvimento intelectual e social dos estudantes), Roseli Rodrigues Mello, professora da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar) com pós-doutorado em sociologia e educação pelo CREA, além de Madalena Monteiro, Fernanda Pinho e Bianca Miguel, formadoras da equipe do Instituto Natura.

Acesse a seguir alguns dos posts publicados no grupo do Facebook de Comunidade de Aprendizagem de quem esteve presente na semana:

Cristina, Diretora da EMEF Nilo Peçanha

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Roseli Rodrigues Mello, da Ufscar

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Rocio Garcia Carrion, do CREA

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E abaixo, textos elaborados por quem esteve presente e nos enviou sua contribuição!

Luciene de Souza Borges, Serra do Salitre (MG)

“Em alguns momentos do evento senti-me envergonhada por não saber academicamente questões relevantes e ao mesmo tempo me vi segura porque não há razões para envergonhar por não conhecer algo. Vivi um momento mágico. Após várias citações de nossa mestra Roseli Mello, pude compreender que ao me calar poderia contribuir com o outro, e assim aprendi a escutar. Durante as tertúlias pedagógicas dialógicas, percebi o quanto os participantes que ainda não haviam se expressado puderam expor suas ideias e pensamentos. Era um sonho estar aqui e o sonho se realizou. Creio que serei uma transformadora de mundo, pois eu sonho. Sonho que Serra do Salitre terá uma educação com princípios de aprendizagem dialógica com ações de eficácia e coesão social, ou seja, seremos uma Comunidade de Aprendizagem.”  

Gilmar Dantas da Silva, da Superintendência das Escolas Estaduais de Fortaleza (CE)

“Nesses cinco dias de curso, pudemos mergulhar nos fundamentos teóricos que embasam a Comunidade de Aprendizagem, com referência em autores como Paulo Freire, Vygotsy, Bruner, Mead e outros. Fiquei muito feliz em ver o foco da discussão centrado em concepções como aprendizagem dialógica e também com a capacidade das Atuações Educativas de Êxito de envolver todos os entes da comunidade educativa em torno da finalidade máxima da escola: formar seres humanos conscientes de seu papel histórico e com domínio dos conteúdos. Espero poder ver logo isso acontecendo nas escolas da minha cidade.”

Fernanda Pavan Fiorin, Orientadora Técnica da Secretaria Municipal de Educação de Leme (SP)

“A assertividade da diretora Cristina da EMEF Presidente Nilo Peçanha de São Paulo colocou em questão a vivência do diálogo igualitário na escola. A professora Roseli Mello dialogou com o grupo com grande maestria e generosidade sobre o princípio “criação de sentido”, que tem sua base na conquista da confiança. A Comunidade de Aprendizagem visa atender à demanda social, nos formando melhor como gente, com instrumentos viáveis a criação de uma aprendizagem dialógica. Nossa despedida foi de imensa emoção, onde a transformação já estava no olhar de cada um, tão diferentes e tão iguais em seus ideais.”

Danielle da Mota Bastos, Assessora Pedagógica da Secretaria de Educação de Pernambuco

“Durante todo o encontro, compreendemos que quando mudamos, quando nos educamos a ‘ser’, quando somos dialógicos, quando aprendemos a ser solidários, na verdade mudamos também as respostas do outro, o ambiente, construímos coerência, uma vez que aproximamos o que dizemos do que fazemos. Sonhamos e realizamos sonhos, nos transformamos juntos e substancialmente. A bagagem de volta para casa está bem mais pesada e diversificada como nunca. E como foi dito na formação, quanto mais vivenciamos interações baseadas na sinceridade, solidariedade, respeito mútuo, com sentido e aprendizagens, menos desejamos estar em interações não dialógicas. A vontade é começar agora mesmo e implantar, em diferentes espaços, comunidades de aprendizagens, sem perder de vista que as nossas ações no sentido da transformação ocorrem ‘um dia de cada vez e após o outro’!”

Bianca Miguel, formadora da equipe do Instituto Natura

“Apresentei aos participantes do Encontro de formação o paper que elaborei. Ele contou como a transformação das escolas que são comunidade de aprendizagem passa primeiro pela transformação das pessoas. Foi um grande prazer construir meu paper com base em estórias de vida representativas de princípios da aprendizagem dialógica, em seus desafios reais e as reinvenções que fizeram de si e da escola. Assim, na apresentação, os aspectos objetivos puderam ser incorporados as outros subjetivos e ao sonho, que felizmente se faz presente no dia-a-dia de nossas ações neste projeto.”

Madalena Monteiro, formadora da equipe do Instituto Natura

“No encontro de Formadores, apresentei o artigo que  escrevi como conclusão do  Curso de Certificação de Formadores de 2015. Acredito ser importante compartilhá-lho com os demais formadores porque aborda diretamente uma questão que aparece em todos os grupos que participam da Sensibilização: a diferença entre rodas de leitura e Tertúlias Dialógicas Literárias. Poder compartilhar minhas reflexões sobre essa questão com o grupo de educadores que está se formando em Comunidade de Aprendizagem, ajudou a criar um sentido ainda maior para essa produção escrita.”

Sobre 2015

Para saber mais sobre o I Encontro, que foi realizado em 2015 e teve como produto final artigos feitos pelos concluintes, clique aqui.

Por Beatriz Santomauro