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Notícias

25/09/2017

AEE nas escolas

Grupos Interativos em turmas de Educação Infantil

Grupos Interativos em turmas de Educação Infantil

O Projeto Comunidade de Aprendizagem está presente em escolas de diferentes países do mundo que trabalham com estudantes de diferentes faixas etárias, atendendo e respeitando à diversidade de cada uma delas. Porém, a prática com as crianças de Educação Infantil é um desafio, já que Atuações Educativa de Êxito (AEE) como Grupos Interativos (GI) e Tertúlias Literárias demandam maior atenção dos educadores e articulação com os voluntários. Ao mesmo tempo temos acompanhado o sucesso de muitas escolas de educação infantil que têm realizado um excelente trabalho com AEEs com os pequenos, e muitas outras que querem iniciar essa empreitada. Sendo assim, abordamos nesta reportagem a prática de GI e nesta notícia abordamos a prática das Tertúlias Literárias Dialógicas.

Veja abaixo o que são os Grupos, conheça as experiências de quatro educadoras que podem inspirar seu trabalho e um quadro com dicas de como realizar uma prática fiel à proposta dessa AEE. E para aprofundar seus conhecimentos, participe do curso a distância gratuito disponível aqui no portal.

O que são Grupos Interativos

Grupos Interativos são uma forma de organização da turma em que os pequenos retomam conteúdos já tratados realizando atividades desafiadoras. Existe a participação de voluntários acompanhando cada um dos grupos e o professor disponível para atender as demandas da turma. De acordo com as principais pesquisas realizadas na área de Educação, dentre elas a Includ-ed, trabalhar com grupos heterogêneos de alunos promove resultados positivos na convivência e na aprendizagem das turmas de crianças de até 5 anos. 

Dentre as principais dúvidas e receios dos educadores para trabalhar Grupos Interativos com crianças menores estão, por exemplo: quais as atividades devem ser propostas? Qual a frequência dos grupos? De que forma organizar os voluntários (quantos, em qual data, com qual participação)? E sendo eles pais dos alunos, como lidar com a relação com os filhos na sala? Depois dos Grupos serem realizados, qual a avaliação dos voluntários e da escola?

Abaixo, leia os relatos de experientes educadoras brasileiras e da iniciante professora da Colômbia. 

Nas turmas de dois e três anos de São Bernardo, os Grupos são realizados nos cantos e há parceria com a escola vizinha

Na EMEB Vereador Kiyoshi Tanaka, em São Bernardo do Campo (SP), os Grupos Interativos são realizados com as crianças de 2 e 3 anos desde 2015. As propostas ocorrem nos cantos de brincadeiras simbólicas uma vez por mês, quando a turma simula situações de faz de conta. Os voluntários dividem-se entre os Grupos e procuram enriquecer as interações entre os pequenos e mediar eventuais conflitos. Priscila Collet, formadora do projeto Comunidade de Aprendizagem, comenta que realizar os Grupos Interativos nos cantos é uma interessante forma de organizar a atividade para os menores. Ela explica que a presença de um adulto por atividade favorece a interação e outras possibilidades de envolvimento. “Enquanto as crianças brincam, o professor da turma consegue observar os pequenos com mais distanciamento, já que há outros adultos colaborando com a atividade”, diz.

Conseguir voluntários para os grupos interativos é quase sempre um desafio para as escolas. A estratégia que a coordenadora pedagógica Michele Alexandrino Gomes encontrou para superar essa questão foi fazer parcerias com o entorno da escola, principalmente com uma escola de ensino médio. Para preparar os adolescentes, Michele apresenta o projeto, o papel dos voluntários e entrega um termo de compromisso. “Se no início havia receio de todos sobre a postura que os jovens teriam com as crianças, agora só temos a comemorar! Eles já chegam bem orientados pela escola de origem e são preparados por nós, então os resultados são muito positivos”, explica Michele. 

   

 

Em Tremembé, o contato com os voluntários é também via Whatsapp

Renata Barquete é coordenadora pedagógica da EMEIF Anna Queiróz de Almeida e Silva, em Tremembé (SP). Nas turmas de crianças com 4 e 5 anos, os Grupos Interativos são realizados desde 2014, quando o projeto Comunidade de Aprendizagem passou a ser rotina das escolas da rede municipal. Ela e os educadores de sua escola já realizaram o curso a distância do portal e hoje propõem os Grupos quinzenalmente com propostas de Língua Portuguesa, Matemática – retomando algum conteúdo já tratado – e brincadeiras. “As crianças gostam muito da presença de outros adultos nas salas”, comenta a coordenadora.

Para conseguir voluntários e compartilhar com as famílias as práticas realizadas com os pequenos, a escola realizou reuniões de apresentação e já verificou quem poderia fazer parte das propostas. Para facilitar a presença deles na escola, o horário em que a AEE é realizada procura ser no início ou no final das aulas, aproveitando o momento em que os adultos já estarão com as crianças. A estratégia tem dado certo: em cada turma há um grupo de cerca de sete voluntários!

Renata também compartilha o calendário mensal dos Grupos via Whatsapp para que todos possam se organizar. Na véspera da prática, volta a lembrar a data para que compareçam – ou já apontem a ausência e o grupo tenha a iniciativa de encontrar um substituto. A coordenadora também divide com os educadores a responsabilidade por coordenar os voluntários de suas turmas para que o trabalho não fique concentrado em suas mãos.

Antes de entrarem nas salas, os professores indicam aos voluntários quais atividades serão realizadas e, na saída, conversam com eles para fazer uma breve avaliação da experiência. Dessa forma, garante que sejam ouvidos, que as práticas sejam aprimoradas, e que adultos, crianças e educadores possam aproveitá-las ao máximo. 

      

Todas as semanas, crianças de 4 e 5 anos de Benevides (PA) fazem atividades de leitura e escrita

No Centro Municipal de Educação Infantil Jardim das Juritis, em Benevides, turmas de 4 e 5 anos fazem Grupos Interativos uma vez por semana. Nos agrupamentos, as atividades realizadas são de leitura e escrita, com uso de alfabeto móvel, quebra-cabeças, ficha de nomes dos personagens dos livros, jogos e trabalho de incentivo à leitura. A tomada de decisão sobre essa periodicidade e os assuntos tratados nas atividades foram pensados junto do planejamento do município e da escola – preocupação essencial para os GI fazerem parte do cotidiano e serem complementares a outras propostas do currículo.

Cabe a cada educadora também organizar a participação dos voluntários e variar a presença deles ao longo das semanas para, segundo Rosemary Silva Lobato, gestora da escola, ampliar as formas de interação com os pequenos. A avaliação das práticas ocorre a cada semana, quando as professoras ouvem o que a comunidade tem a dizer e replaneja os momentos seguintes. “A escola se desenvolveu muito com a presença dos pais atuando como voluntários. Procuramos dar voz a todos e compartilhar a proposta pedagógica com as famílias. Elas são nossas parceiras, então vemos que é possível educar assim. Os benefícios são muitos: a secretaria de educação aprende com esse processo e o desenvolvimento integral da criança é alcançado”, conta Rosemary.

 

Na Colômbia, as crianças já trabalham em conjunto. Mas agora são os Grupos Interativos que começam a fazer parte da rotina
Na Colômbia, as práticas do projeto Comunidade de Aprendizagem começaram pelo município de Cali. A professora Paula Andrea Meneses, que leciona na cidade para crianças entre 4 e 6 anos na Institución República de Panamá, começou com os Grupos Interativos há um mês. Ela conta que a escola trabalha com projetos e as crianças já ficam organizadas em grupos no cotidiano, então essa AEE é uma prática bem-vinda e próxima da rotina da turma – e com os voluntários, a experiência é ainda mais completa.

Sua intenção é que as propostas sejam realizadas a cada quinze dias, com atividades que prevejam a integração de áreas e foco para o desenvolvimento da linguagem. Já foram realizadas, por exemplo, o estudo sobre a vida dos coelhos. Ao longo das aulas as crianças pesquisaram este assunto, levantaram questões e durante os Grupos Interativos retomaram as informações refletindo de diferentes formas. “Como as crianças ainda não escrevem convencionalmente, mas estão rodeadas de referências de livros e textos, conseguem produzir pequenas palavras e refletir sobre quantas e quais letras compõem suas produções quando trabalham em grupo”, conta a educadora.

Os voluntários são os familiares das crianças de sua turma e das demais da escola. Para convidá-los, escreveu bilhetes que explicaram a dinâmica de trabalho e qual seria sua função nas atividades programadas, deixando claro o que é Comunidade de Aprendizagem e a importância da participação educativa da comunidade. “Mostramos aos voluntários que sua presença nas salas é importante porque podem dialogar com as crianças, e que isso melhora os resultados acadêmicos e de convivência graças à inteligência cultural que cada ser humano possui”, diz. Conversamos com as crianças para avaliar a atividades realizadas, as aprendizagens, a forma de participação de cada e como se comprometem para os próximos Grupos”.

Assim como Paula, os outros educadores da escola estão empenhados em realizar os GI. “Nem todos ainda se sentem seguros para realizar as novas propostas com as crianças pequenas. Mas estão dispostos a aprender com os demais educadores. Será nosso próximo passo!”

 

Acompanhe as dicas a seguir e melhore a aprendizagem e a convivência desde os primeiros anos da Educação Infantil!

  1. Planeje-se: veja quais atividades são adequadas para a realização em pequenos grupos, as que promovem a interação e são compatíveis com os conhecimentos da turma. Providencie os materiais necessários – use a criatividade e procure variar!
  2. Organize a participação dos voluntários! Mantenha-os informados com antecedência sobre os dias e horários dos Grupos Interativos e relembre-os quando a data se aproximar. Abra um canal direto de contato com eles, com bilhetes, mensagens pelo celular, e-mail ou pessoalmente.
  3. Defina qual a periodicidade que os Grupos Interativos serão trabalhados conforme seu planejamento e a disponibilidade dos voluntários.
  4. Antes das práticas conte aos voluntários quais atividades serão feitas. Deixe claro para os participantes: eles não precisam ter conhecimentos sobre o conteúdo abordado e nem devem fazer intervenções pedagógicas. O importante é incentivar a participação de todos.
  5. Crie grupos heterogêneos e garanta que os estudantes terão contato com os todos os voluntários e com as diferentes propostas. Quanto mais diversidade, mais aprendizado!
  6. Organize o tempo: no planejamento, escolha as atividades mais adequadas para realização durante os 20 minutos de cada grupo. No momento da prática, acompanhe o relógio e cumpra o horário.
  7. Enquanto as crianças estão realizando as atividades, observe, tome nota e veja de que forma participam. Elas parecem expor ideias cada vez mais facilmente e interagem? A convivência entre a turma mostra avanços? Todos estão realizando as propostas? Além disso, percorra os grupos e tire eventuais dúvidas. Seu papel é essencial!
  8. No fim do trabalho dos Grupos, ouça os voluntários sobre a percepção que tiveram e avalie as propostas.
  9. Mesmo quando realizar Grupos Interativos com crianças pequenas, de Educação Infantil, lembre-se o que define essa Atuação Educativas de Êxito e siga as orientações. Assista ao vídeo e inspire-se! 

 

Por Beatriz Santomauro

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