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O MODELO DIALÓGICO DE LEITURA SÓ PODE SER FEITO COM CLÁSSICOS?
É que em nossas escolas exitem tantos livros, mas em sua grande maioria não são clássicos. Gostaria de saber se posso utilizar o modelo dialógico de leitura com todos esses livros
Marlene de Araújo Lopes 26/06/2015 13:25:18
É isso mesmo Cilene, os clássicos abordam temas universais e atemporais e por isso sua leitura é recomendada. Além disso ao dar oportunidade para que os meninos e meninas leiam esses títulos estamos favorecendo o contato com uma forma de escrita que eles não estão acostumados, enriquecendo assim seu vocabulário, sua compreensão do texto, e sua oralidade. E, Marlene, a tertúlia deve ser feita com os clássicos sim, mas isso não impede que se crie o hábito da leitura na escola com os outros títulos que existem na biblioteca, que tal pensar numa forma de estimular a retirada de livros na biblioteca ? Além disso, a participação dos alunos na Tertúlia , estimula a leitura de outros livros, e cria o hábito de ler e isso seria muito bom , não é mesmo?
As tertúlias dialógicas são estratégias de conversação com a obra lida bem interessante. Podemos iniciar com a turma com os livros existentes na escola para criar o hábito e acrescentar aos pouco os clássicos até construímos um diálogo com os clássicos da literatura que vai contribuir na construção de uma aprendizagem completa e significativa potencializada.
Sim, pois é um material riquíssimo e temporal. Os alunos encontraram a maioria dos fatos e acontecimentos como se tivesse acontecendo hoje. Apesar do tempo das edições dos livros Assim com certeza os clássicos literários teráo mais significado para a vida dos alunos.
Penso que os clássicos literários fundamentam as tertúlias, porém, nada impede que outros textos sejam trabalhados na mesma perspectiva dialógica de construção de conhecimento. Aqui na unidade escolar fizemos a experiência de estudos de ciências da natureza em formato de tertúlia, em um quarto ano do ensino fundamental, e foi bem produtivo.
Os clássicos universais propiciam acesso ao conhecimento sistematizado, ampliam o vocabulário e o conhecimento da língua, melhoram a compreensão de uma situação histórica, melhoram a qualidade da leitura e, finalmente, remetem aos marcos históricos de diferentes culturas, constituindo referências culturais de primeira ordem para a compreensão e a reflexão sobre o mundo. Hoje, mais do que nunca, em nossas sociedades globalizadas, a leitura dos clássicos universais de diferentes partes do mundo se constitui na aprendizagem básica para entender e compreender nossa sociedade. Para reconhecer uma tertúlia literária dialógica é preciso saber se os livros que leem são clássicos universais e se realizam a metodologia da aprendizagem dialógica. (Flecha, 1997). Uma obra clássica da literatura é aquela que perdura ao longo do tempo. Sobre ela existe um consenso universal que reconhece sua qualidade e sua contribuição ao patrimônio cultural da humanidade. São obras modelos em seus gêneros. Também são obras que abordam, com uma grande qualidade e profundidade, temas que preocupam a humanidade, independente de sua cultura ou época. São obras que não saem de moda, que atravessam pessoas por gerações, embora tenham sido escritas há anos ou milênios atrás, como A Ilíada ou a Odisseia, de Homero.
Concordo que os clássicos sejam usados sim, mas faço um questionamento: a linguagem deles se distancia da atual, por vezes nos obrigando a estar com um dicionário ao lado para entendermos determinada passagem. Assim, sugiro que optemos por obras clássicas cuja linguagem foi revista e atualizada para os dias atuais, e que não altera a mensagem da obra no seu contexto final.
Acho perfeitamente viável que seja utilizado os clássicos para a realização das tertúlias literárias, pois é o momento de todos entrar em contato com a leitura formal e tendo a possibilidade de dialogar sobre diferentes formas de escrita, culturas e épocas diferentes para melhor entender o desenvolvimento da sociedade.